2025
LUTA ANTIRRACISTA!
LUTA ANTICOLONIALISTA!
EDITORIAL
Iniciamos 2025 com a mesma força e determinação. Lutamos por um mundo melhor, por um mundo no qual as forças do capitalismo sejam derrotadas.
Para derrotarmos as forças do racismo precisamos derrotar o capitalismo.
A Revista Cosmos com mais de 20 anos de luta se efetiva número a número objetivando a promoção de uma educação anticolonialista e, portanto, antirracista e, sobretudo, anticapitalista.
A extrema-direita, o fascismo e o nazismo avançam. É preciso interromper essa marcha fúnebre e fazer com que a classe trabalhadora tenha condição em ser a protagonista.
Trump venceu nos E.U.A e isso não significa que o partido democrata era melhor, simplesmente evidenciou que o fascismo sem máscaras avança.
No Brasil a extrema-direita também avança com apoio da burguesia, de religiosos e também, infelizmente, da classe trabalhadora. É preciso constituir o caminho de luta por uma outra educação que tenha como centralidade a ética, a empatia, o amor e a preocupação com a coletividade.
Enviem seus trabalhos para a Revista Cosmos e contribuam para uma Educação Livre! Para um mundo sem racismo, sem machismo, sem homofobia e sem o capitalismo.
OS SEM-LUGAR: ANÁLISE DO CONCEITO DE LUGAR A PARTIR DE ESTUDO COM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA EM MARINGÁ (PR)
Bruna Laís Bertolini
Fernando Luiz de Paula Santi
Na Geografia, o conceito de lugar é composto por diversas definições que são diferenciadas conforme linhas de pensamento. Qualquer que seja a abordagem teórica, o que se percebe é que o conceito lugar possui relação intrínseca com as relações sociais que se produzem e se transformam no espaço geográfico. Partindo dessa premissa, o presente artigo tem como objetivo analisar a perspectiva do lugar sob o ponto de vista das pessoas em situação de rua, os “nômades urbanos” que, em regra, não possuem formalmente um lugar definido para chamar de seu. Para tanto, traremos contribuições da Geografia Humana, sobretudo de autores que enfatizam o lugar como um recorte espacial simbólico, marcado pelas relações interpessoais. Esse trabalho apoia-se na teoria de Yi-Fu Tuan sobre o elo construído entre o ser humano e o lugar, abrangendo-se o conhecimento da topofilia e dos processos cognitivos que cercam aqueles que estão inseridos nos múltiplos ambientes. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, a qual teve como método de coleta o uso de entrevistas semiestruturadas com pessoas em situação de rua da cidade de Maringá (PR), através de um roteiro elaborado de acordo com as orientações metodológicas de percepção espacial. Além da pesquisa de campo, onde foi realizada a coleta de dados, o artigo apoiou-se na pesquisa bibliográfica referente a temática abordada. Os resultados revelaram que as pessoas em situação de rua não possuem relação afetiva com o lugar em que vivem, estando ausente o sentimento de relação interpessoal, embora alguns vivam em grupos. Para os entrevistados, não há local específico da cidade a que sejam pertencentes.